“Redes sociais e os relacionamentos modernos”

Sem

Caros leitores do meu blog, essa noite estou com uma grande disposição para discorrer sobre um tema que tem gerado uma grande atenção na internet. É sobre a relação que existe entre as redes sociais e os relacionamentos. Antes de tudo, quero expor que tudo que escreverei aqui é baseado em uma opinião própria e uma pesquisa que fiz lendo afirmações feitas por outras pessoas que relataram situações parecidas com minha visão acerca do assunto.

Voltando no tempo, lembro-me de meados de minha adolescência há 17 anos atrás. Nessa época, a internet ainda não estava tão difundida como nos dias atuais; e o meu primeiro computador IBM, servia apenas como teste de laboratório para os diversos games que eu jogava e outras artimanhas que eu fazia (rsrsrsr). Naquele tempo, quando queríamos falar com alguém, sair com nossos queridos amigos e conversar com nossos primos; tínhamos que ligar para eles ou então nos dirigirmos as suas residências; coisa que levava mais tempo e um maior esforço físico, visto que nem sempre eles moravam perto do meu endereço. Mesmo assim, eu ia com todo bom gosto ao encontro de meus entes queridos.

Bem que então, no final dos anos 90, meio que de repente, surgiu a bombástica internet na minha vida e em nossos lares. Lembro-me que foi um grande estrondo e uma grande revolução que me deixava que nem um matuto perdido em Shopping Center(hahahahaha). Naquela época, usar internet era que nem montar em uma tartaruga e concorrer em uma corrida de cavalos(rsrsrs)… Era triste e nostálgico. Meu primeiro programa de bate-papo chamava-se ICQ; e ele se popularizou e fez muito sucesso no ano de 1999. Eu usava-0 todos os dias para conversar com meus primos, amigos e pessoas anônimas da internet. Naquela época, ainda não existiam empresas provedoras de internet banda larga como hoje, tínhamos que pagar por cada pulso telefônico e por isso, eu só podia acessar a internet em horários mais tardes porque eram mais econômicos. Naquele tempo, ainda não existiam as redes sociais, pois a internet ainda era web 1.0, então, nós internautas ainda não podíamos participar e interagir com a rede da forma como fazemos esses dias. E o grande “boom” da web no brasil, surgiu com a ajuda dos programas de bate-papo(com atenção especial ao antigo e falecido MIRC-IRC). Esse foi o grande precursor de toda uma geração viciada em internet e nas salas de bate-papo. (Quem ler esse artigo e tiver entre 23 anos a 36 anos, lembra do que foi a explosão desses programas e a importância deles para a propagação de diversas empresas no Brasil interessadas em ganhar dinheiro prestando serviços de internet paga por contratos)

Foi então que no ano de 2004 , a web 2.0 surgiu e marcou presença com a possibilidade de interação USUÁRIO > WEB. Com isso, surgiram diversos serviços que permitiam que qualquer pessoa comum pudesse se tornar um colaborador de conteúdo dentro da rede, ou seja, agora o usuário passaria a ser também um provedor de conteúdo e não apenas um mero espectador na internet. Assim, sites como as redes sociais, youtube, fotologs, blogs, etc…;tornaram possível a criação de artistas ou usuários que antes viviam no anonimato e de repente, tornaram-se celebridades. E o carro chefe dessa nova geração foi com toda certeza o falecido orkut. Com apenas 1 ano de idade, o orkut ganhou milhares de assinantes no Brasil e pouco a pouco, ganhou um grande destaque na mídia e causou uma grande revolução na maneira como as pessoas se relacionavam umas com as outras. E Não demorou muito para que outras redes sociais surgissem para competir com o orkut da Google. Entre eles podemos citar o FACEBOOK (Mais bem sucedida rede social até o atual ano de 2013) e o myspace que apesar de ter tido um foco interessante, não conseguiu marcar tanta presença e caiu no anonimato.

Eis que hoje finalmente podemos ponderar sobre a qualidade das relações sociais que brotaram e brotam em nossas vidas após toda essa revolução na internet. Será que realmente estamos vivendo amizades plenas? Será que as pessoas que hoje nos rodeiam são de fato pessoas queridas? Ou será que somos apenas meros expectadores das relações sociais? Esses são alguns dos questionamentos que todo usuário assíduo das redes deveria fazer. Mesmo para aqueles que usam as redes apenas como uma espécie de agenda eletrônica para receber recados de amigos que  já mantem contato na vida cotidiana; os que entram na rede todos os dias para interagir completamente com o site, atualizando fotos, postando artigos, vasculhando fotos e a vida de amigos; Ou até aqueles que já podem ser considerados completos viciados. Entre todos eles é comum a sensação de que a rede social é uma espécie de janela para o mundo que os rodeia; e através desse portal é possível, entre aspas, se sentir informado e participar de tudo que está acontecendo com seus amigos, colegas e conhecidos. Entretanto, poucos se dão conta de que na realidade, isso tudo não passa de uma ilusão. Porque pensando calmamente: O que aconteceria caso você simplesmente deixasse essa rede? Será que todos esses considerados amigos se importariam em saber de seu paradeiro? Será que eles te ligariam para saber se você está vivo? Será que essas pessoas sentiriam a sua falta? Só assim você se daria conta de quem são as pessoas que realmente pertencem a sua vida social e se preocupam com você. A rede une pessoas em uma lista que jamais manteriam qualquer contato com você no mundo real e ser amigo dos mesmos virtualmente é muito fácil, pois só precisa-se de um teclado, mouse e um computador para tentar exprimir qualquer preocupação com alguém. Através das redes sociais, se multiplicaram os amigos, conhecidos, e colegas. Mas esqueceram-se de somar os sentimentos, medo da perda, empatia e verdadeiro sentimento que une as pessoas. Quantas vezes você passou pela situação de receber uma mensagem de feliz aniversários, de saudações, de parabenizações e até mesmo de luto, de pessoas que você não vê há anos e que até mesmo nunca sequer teve qualquer amizade? Aposto que irá dizer:” Muitas vezes.” E isso ocorre, porque tudo parece muito mais fácil na internet; e aquele amigo, ou melhor contato, sempre estará ali gravado na sua suposta lista de “amigos. As relações diretas e abertas perderam espaço para a comunicação impessoal e tímida aonde a comodidade tomou conta de tudo.

No “FACEBOOK” todo mundo é legal, todos são de bom caráter, verdadeiros, sinceros, doadores de órgãos, íntegros, intelectuais e honestos. Já na vida real, serão poucos que irão se esforçar para mostrar isso, e ainda mais, para mostrar que são seus amigos e querem pertencer a sua vida. Ora, quem é amigo de verdade, sente nossa falta e não vai querer passar o resto da vida atrás de um monitor de computador ou telinha de smartphone, concorda?

Aposto que muitos de meus leitores já passaram pela confusa situação de ter um suposto amigo que vem de vez em quando puxar assunto com você, chama você de amigo, mas praticamente nunca participa de sua vida no mundo real. Eles geralmente recusam convites, sempre inventam uma desculpa, furam todos os eventos, uma hora falam com você e de repente desaparecem sem dar nenhuma satisfação; e nunca te convidam para nenhum evento social, mas sempre saem com outros amigos. Então reaparecem e mandam um singelo recadinho pra puxar conversa. Esse é o tipo de amizade mais difícil de acreditar, ainda mais quando fulano mora na mesma cidade que a sua e nunca tem tempo para marcar algo com você. Que amizade é essa que parece que a pessoa nunca tem vontade de te ver? Será que o virtual ganhou tanto destaque assim que é melhor nunca mais ver a pessoa pessoalmente, ou melhor, ver uma vez na vida? Será que mesmo a pessoa realmente gostando de você e sua amizade, nunca terá uma grande vontade de rever os amigos pessoalmente? Esses são alguns questionamentos sadios que todos deveriam fazer para dirimir quaisquer confusões, haja vista que amizades que se tornam fúteis e superficiais, dificilmente existirão pós-internet e com isso, correm o risco de serem esquecidas com o tempo.

Para o nosso próprio bem e saúde mental, aconselharia todos vocês, jovens gafanhotos, a deixarem de lado a rede um pouco e se dedicarem mais as pessoas que você ama. Quem vive demais as amizades online perde a oportunidade de apreciar as mesmas pelo espectro real e deixa passar a chance de viver o grande espetáculo da vida ao lado das pessoas que realmente gostam de você.Pois esses jamais trocarão singelas mensagens de um chat pelo prazer de te ligar e sentir sua voz ao conversar. E  digo mais, cuidado para não caírem na enganação de achar que mundo virtual e real são a mesma coisa, pois não é. Viver a vida plenamente e curtir as amizades significa participar de tudo isso e sentir no olho no olho o verdadeiro sentimento que há entre os ditos amigos, cujo sentimento de consideração, carinho, amor, afinidades e respeito são valorizados na íntegra.